Meio Ambiente Online

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Opiniao do Novo códgo florestal

© Zig KOCH

Pesquisa Datafolha confirma que população é contra destruição das florestas

O instituto de pesquisa Datafolha divulgou estudo sobre a percepção do brasileiro em relação à proposta de mudanças no Código Florestal. Foram entrevistadas mais de 1,2 mil pessoas em todo o país, entre os dias 03 e 07 de junho. A pesquisa foi realizada a pedido de organizações ambientalistas e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Na avaliação do superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, a pesquisa é um instrumento muito importante para compreender a opinião da população em torno de assunto que tem gerado tantos debates.

“É extraordinário constatar que uma parte tão grande da população brasileira rejeite a proposta de reforma do Código Florestal aprovada na Câmara”, afirmou Scaramuzza.

“Agora é a hora de o Senado ouvir a voz do povo e impedir o desmantelamento do Código Florestal. A forte preocupação da população com a conservação das florestas é o alicerce para o governo se empenhar de forma firme junto aos senadores para aperfeiçoar a lei atual assegurando sua implementação efetiva e o cumprimento das metas de reduções de emissões do Brasil. Dessa forma, teremos florestas melhor conservadas, água para as cidades e áreas rurais, habitat para a biodiversidade, solos e polinizadores para a agricultura, além de darmos nossa contribuição para um clima mais seguro”, avaliou.

Confira abaixo o resumo e os resultados da pesquisa Datafolha:


1. A pesquisa visa avaliar o conhecimento e a opinião da população sobre os temas abordados na proposta conhecida como "novo Código Florestal" e votada pela Câmara dos Deputados no final de maio. O questionário foi realizado e aplicado pela Datafolha, por solicitação de Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, Imaflora, Imazon, Instituto Socioambiental, SOS Mata Atlântica e WWF-Brasil.

2. Foi realizada pesquisa quantitativa, com abordagem pessoal dos entrevistados, mediante questionário estruturado com cerca de 10 minutos de aplicação. A checagem foi simultânea à coleta de dados e cobriu cerca de 20% do material de cada pesquisador. Trata-se de uma pesquisa com abrangência nacional, incluindo áreas urbanas e rurais, e o universo pesquisado foi de pessoas com 16 anos ou mais, com telefone fixo. O levantamento foi realizado entre os dias 3 e 7 de junho de 2011. Foram realizadas 1.286 entrevistas. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

3. O resultado é relativamente homogêneo entre as diferentes regiões e classes de renda (com diferenças pouco expressivas) e ainda mais homogêneo quando se considere a área urbana versus a rural. Neste caso, a diferença está quase sempre dentro da margem de erro, apontando para uma opinião bastante consistente entre campo e cidade.

4. O fato que houve expressiva cobertura midiática sobre a recente votação na Câmara dos Deputados fez com que quase dois terços da população declarem ter tomado conhecimento da votação, embora a parcela que se declara bem informada seja modesta, o que reflete a complexidade do tema.

5. Em geral, a pesquisa revela uma opinião pública com forte preocupação pela conservação das florestas, até mesmo quando esta é colocada como eventual fator limitante da produção agropecuária; dependendo das perguntas, a porcentagem dos brasileiros que discordam da proposta votada na Câmara dos Deputados varia entre 77% (a favor do adiamento do debate para ouvir a ciência) e 95% (que não aceitam perdoar desmatamento ilegal sem recuperação).

6. Na pergunta básica e introdutiva, na qual se coloca a alternativa entre dar prioridade para a proteção das florestas (mesmo que isso limite a produção agropecuária) ou para produção (mesmo que limite a proteção das florestas), a primeira alternativa recebe 85% e a segunda, 10%, com 5% de "não sei".

7. No caso do perdão do desmatamento ilegal, foram realizadas perguntas diferentes. Quando se oferecem três opções qualificadas, com uma intermediária, é possível observar como a primeira escolha da população seja em prol da mais rigorosa, isto é a de punir em qualquer caso para dar o exemplo, escolhida por 48% dos entrevistados; em seguida vem a opção intermediária (a de punir só quem se recusa a repor a floresta) com 45%, enquanto a opção de perdoar sem repor a floresta, objeto da proposta votada pela Câmara dos Deputados, atinge meros 5%. Quando se apresentam apenas duas opções, 79% se declaram em geral contra perdoar penalidades e multas (com 19% que aceitam esta possibilidade) e 77% se declaram contra a dispensa da reposição da floresta (com 21% que a admitem).

8. Já no caso da ocupação das Áreas de Preservação Permanente (encostas, topos de morro, várzeas, etc.), prevalece a opção intermediária, ou seja, a de manter apenas cultivos que segurem o solo e não gerem riscos de acidentes, com 66%, seguida da opção de remover todos os cultivos, com 25%, enquanto aquela de manter todos os cultivos - conforme proposta aprovada pela Câmara dos Deputados - é apoiada por apenas 7% da população.

9. A opinião geral sobre o tema é confirmada quando se passa a considerar as implicações políticas: 79% apoiam o eventual veto da presidente, no caso em que o Senado validasse a proposta da Câmara. Trata-se de uma parcela muito superior àquela que aprova em geral a atuação da presidente, que foi de 47% na mais recente pesquisa Datafolha, em março. Uma parcela ainda maior, atingindo 84%, afirma que não votaria em deputados e senadores que tenham votado a favor do perdão de desmatamento ilegal.

10. Uma parcela levemente inferior, atingindo 77%, apoia a proposta da comunidade dos cientistas para adiar a votação no Senado, de forma a ter mais embasamento técnico-científico na nova legislação, enquanto 20% consideram que seria melhor votar imediatamente, de qualquer forma.

sábado, 30 de outubro de 2010

Megaoperaçao de Madeiras ilegais em SP aplica multa de 2,2milhoes

Em plena semana do meio ambiente, São Paulo assistiu à maior operação de fiscalização de madeira ilegal da história do estado. As ações, comandadas pela Polícia Militar Ambiental, ocorreram simultaneamente em 26 pontos do território paulista nos dias 5 e 6 de junho. Foram lavrados 50 autos de infração e aplicados R$ 2,2 milhões em multas.

O balanço foi considerado positivo pela corporação, especialmente por confirmar uma tendência de queda nos registros de ilegalidade da atividade madeireira no Estado. As infrações foram registradas em depósitos de madeira, devido a diferenças entre os saldos declarados e encontrados nos estoques. Nenhuma apreensão por transporte ou comercialização de madeira ilegal foi realizada.

Segundo o coronel Milton Sussumu Nomura, comandante da Polícia Ambiental, os resultados da ação demonstram que São Paulo está na vanguarda em termos de políticas de prevenção e fiscalização de crimes ambientais. “Temos estrutura física, recursos humanos qualificados e parcerias que nos permitem dizer que estamos a caminho da conformidade ambiental no Estado”, afirma.

Os 558 militares empregados na operação fiscalizaram trechos rodoviários nas fronteiras com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, além de 61 estabelecimentos que comercializam madeira em municípios de diferentes regiões do território paulista. Foram parados 343 caminhões carregando madeira.

Na fiscalização, os militares conferem se a quantidade e o tipo da madeira descritos no Documento de Origem Florestal (DOF) batem com a carga transportada. Para confirmar a exata espécie madeireira, uma amostra é retirada e fotografada com o auxílio de um microscópio acoplado a um computador portátil. A imagem digital é enviada por e-mail ao Instituto Florestal (IF), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo que confirma qual tipo de madeira está no caminhão.

De posse da imagem, a equipe de oito identificadores do IF pode consultar a xiloteca do Instituto, que contém centenas de amostras de espécies madeireiras, além de vasta bibliografia especializada para confirmar se a documentação mostrada pelo condutor do caminhão ou pelo funcionário do estabelecimento confere com o estoque. O laudo leva, em média, cinco minutos para ser elaborado e enviado ao policial militar, o que contribui substancialmente para a rapidez e a precisão da fiscalização. Na atual operação, alguns casos de não-conformidade foram detectados, resultando em autos de infração.

De acordo com Sandra Florsheim, pesquisadora do Instituto Florestal com doutorado em tecnologia de madeira, a possibilidade de fazer as identificações online permite um aumento de escala nas ações de fiscalização. “Anteriormente, os técnicos do IF tinham que ir junto com os policiais nas operações, para recolher e identificar as amostras. Atualmente, os policiais que nós treinamos fazem essa coleta e nós, com toda a estrutura do Instituto, fazemos a identificação”, relata. Apenas nos poucos casos em que existam dúvidas sobre a espécie fotografada, o IF solicita aos militares o envio de uma amostra da madeira para confirmação in loco pela equipe.

O WWF-Brasil, por meio da doação à Polícia Militar Ambiental de São Paulo de 23 kits contendo computador portátil, microscópio digital e faca para coleta de amostras de madeira, apoia as ações de fiscalização voltadas para coibir a entrada e a comercialização de madeira ilegal em São Paulo. A organização também é parceira do Instituto Florestal e contribui para a manutenção da equipe de identificadores.

Mauro Armelin, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil, lembra que a de fiscalização do ingresso e venda de madeira nos mercados consumidores é uma importante estratégia de combate ao desmatamento na região amazônica. “São Paulo é o maior consumidor de madeira entre os estados brasileiros. Esse tipo de operação contribui para que responsáveis por ações ilegais dessa natureza sejam punidos e, principalmente, que a demanda por madeira ilegal decresça”, afirma.

Ainda segundo Mauro Armelin, é importante destacar que as ações de controle e fiscalização acontecem dentro de um contexto maior, que prevê estratégias para fomentar a legalidade em toda a cadeia madeireira, desde a floresta até o ponto de venda. Um exemplo é o protocolo Madeira é Legal, uma estratégia multissetorial iniciada em 2009 em São Paulo, da qual o WWF-Brasil faz parte. A iniciativa tem como objetivo coibir o uso da madeira de origem ilegal ou desconhecida e promover a utilização do produto com origem legal e, idealmente, com a certificação FSC.

O protocolo Madeira é Legal foi assinado pelos governos do Estado e do Município de São Paulo, Sindicato da Indústria da Construção Civil de Grandes Estruturas do Estado de São Paulo (Sinduscon–SP), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras do Estado de São Paulo (Sindimasp), dentre outras instituições.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Aviao movido a energia Solar não consegue completar Vôô


O avião suíço Impulso Solar, que funciona por energia solar, deu meia volta neste sábado de volta a Bruxelas, devido a dificuldades durante o voo. Com isso, o objetivo de alcançar o aeroporto de Le Bourget, perto de Paris, não foi atingido, anunciou uma porta-voz à France Presse.

A aeronave, que decolou da capital belga, teve de dar meia volta logo depois de entrar em território francês, segundo a porta-voz do Solar Impulse.

"Não há nenhuma pista de aterrissagem intermediária, e como as baterias de energia estavam diminuindo, preferimos dar meia volta para não colocar a vida do piloto [André Borschberg] em perigo", explicou a porta-voz.

O avião tentará de novo na semana que vem alcançar Le Bourget, quando a meteorologia permitir, assegurou a porta-voz. O Solar Impulse ("Impulso Solar", em inglês) é o convidado de honra do Salão Internacional da Aeronáutica e do Espaço de Le Bourget, que abrirá em 20 de junho.

PRIMEIRO VOO

O primeiro voo internacional do avião experimental movido totalmente a energia solar foi realizados em 13 de maio.

O Solar Impulse saiu do aeroporto de Payerne, na Suíça, em direção a Bruxelas, na Bélgica. A viagem de doze horas foi um teste para a capacidade do Solar Impulse de fazer percursos usados por aviões comerciais.

No ano passado, a aeronave já bateu o recorde de maior tempo de voo obtido por um avião movido a energia solar, ficando no ar por 26 horas, 10 minutos e 19 segundos.

O Solar Impulse, que tem capacidade para apenas um tripulante, já realizou diversos voos dentro da Suíça -- como entre os aeroportos de Genebra e Zurique, por exemplo.

"Pilotar uma aeronave como a Solar Impulse pelo espaço aéreo europeu e pousar em um aeroporto internacional é um desafio incrível para todos nós, e o sucesso disso depende do apoio das autoridades", diz o piloto e co-criador do avião, Andre Borschberg.

Em um prazo de até três anos, a equipe do Solar Impulse planeja realizar voos transatlânticos e completar uma volta ao mundo, sempre em missões tripuladas.